Atualmente vivemos a “Sociedade do Desempenho”, termo criado e descrito pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, no livro “Sociedade do Cansaço” (2010). Esse conceito diz que vivemos em um mundo onde as pessoas são constantemente cobradas a terem mais produtividade e viverem em função de resultados.

A todo momento somos estimulados a sermos empreendedores da nossa própria vida, sempre buscando ser a melhor versão de nós mesmos. A ideia é nunca deixar de produzir e sempre buscar o sucesso, seja profissional, pessoal, corporal, enfim, parece que deixamos de ser seres humanos e passamos a ser máquinas biomecânicas.

A pressão e a exigência para estarmos sempre performando ao máximo nos coloca em uma posição de esgotamento constante, sem falar que com isso deixamos de sentir, deixamos de aproveitar o que realmente importa na vida. Momentos em família e com as pessoas que amamos estão cada vez mais escassos, porque estamos sempre atolados de coisas e as agendas nunca batem.

O prazer, pelo prazer não é enaltecido. Se leio um livro ou assisto um filme apenas por diversão ou porque me faz feliz, não importa, é como se eu estivesse perdendo tempo e muitas vezes sou julgada por isso.

Tai ai uma coisa que não da para comprar. Não da para comprar com dinheiro, com produtividade, com conhecimento, com o melhor cargo, com o melhor projeto. Simplesmente não tem como adquirir mais tempo.

Mais tempo de vida, mais tempo com as pessoas que amamos, mais tempo com os avós, com os filhos, com os netos, com os amores e amigos.

Já dizia os Titãs:

“Devia ter amado mais

Ter chorado mais

Ter visto o sol nascer

Devia ter arriscado mais

E até errado mais

Ter feito o que eu queria fazer”

O que você está fazendo com o seu tempo?

Você está aproveitando como realmente deveria? Está fazendo coisas que te dão prazer, que fazem o seu coração brilhar? Ou está correndo atrás da utópica ideia de produtividade que foi vendida para você como o único caminho para o sucesso?

Qual foi a última vez que você fez algo apenas por prazer?

É importante reconhecer os seus limites e fazer o que te faz feliz e o que promove o seu bem-estar.

Não estou falando para você parar todas as suas obrigações e objetivos de vida, vivendo apenas no carpe diem para sempre. Mas parar e aproveitar os momentos, fazer coisas por você, somente porque te fazem feliz, isso é construir a felicidade na sua vida dia após dia.

Pois, o gráfico da felicidade não é uma constante de crescimento, é bem mais parecido com o gráfico da nossa frequência cardíaca, por isso, você tem que viver de acordo com a verdade do seu coração e dar espaço para fazer coisas que façam ele brilhar.

Pensando sempre que o gráfico do tempo, por sua vez, é decrescente e isso você nunca vai poder mudar.

Então, que tal testar incluir mais atividades apenas por prazer e diversão na sua rotina?