Mary Quant criou muito mais do que a Minissaia
28 DE AGOSTO DE 2023Mary Quant morreu no dia 13 de abril de 2023, aos 93 anos e deixou um legado muito maior do que a minissaia, a hot pant e o rímel à prova d'água.
Ela entrou no mundo da moda na década de 1950, quando a moda estava abafada, engomada e visualmente crescida. Mary entra nesse universo para afrouxa-lo, sendo responsável por uma mudança muito importante no mundo fashion, chamada de Youthquake, reforçando a ideia de que a grande dama estava morta, e a jovem era a nova musa da moda.
Uma vez Mary Quant disse: “Bom gosto é morte, vulgaridade é vida.”.
A boutique inaugurada por ela em 1955, chamada Chelsea da Quant, Bazaar, foi uma das lojas mais importantes daquele momento e um vislumbre de cor e otimismo, que se diferenciava da sombria Londres do momento pós-guerra.
Os mais conservadores se chocavam com as barracas, mas as suas clientes embarcaram com tudo na novidade. Ela atendia ao chamado "Chelsea Set", e a grandes personalidades como Rolling Stones e Brigitte Bardot.
Além de sua visão inovadora perante a moda, o crescimento de Mary Quant aconteceu ao mesmo tempo da ascensão do movimento pela libertação feminina, o que não aconteceu por acaso, uma vez que apesar de seus designs mostrarem as pernas das mulheres, algo fora dos padrões da época, não era algo objetificante, como muitos estilistas da década de 1950 faziam.
As peças da marca possuíam cor e uma vibe jovem, com tecidos elásticos, dando mais conforto ao movimento e bolsos que agregam conveniência à roupa. Suas produções eram muitas vezes compostas por acessórios como as meias-calças coloridas e os sapatos planos, facilitando e alegrando a vida das mulheres.
E o mais importante de tudo, elas eram acessíveis, o que democratizou a moda para uma geração farta das armadilhas dos guarda-roupas de suas mães. Em uma época em que as mulheres estavam entrando cada vez mais no mercado de trabalho, e na vida noturna, e buscavam a jovialidade tanto na aparência, quanto no estilo de vida.
Quant vestiu ícones da década como Twiggy, Pattie Boyd e Jean Shrimpton, além de criar looks para Audrey Hepburn, em Two for The Road, e Charlotte Rampling em Georgy Girl.
Além de toda essa quebra de paradigmas e rompimento de barreiras, Mary Quant também ajudou a popularizar a minissaia. "Eu as usava muito curtas e as clientes diziam: 'mais curtas, mais curtas'", lembrou certa vez. No final da década de 1960, ela introduziu ao mercado a hot pant, que era ainda mais ousada.
Quant também deixou sua marca no universo da maquiagem. Sua linha de cosméticos, famosa pelo símbolo da margarida e pelas formulações coloridas de giz de cera, transmitia a mesma imagem ensolarada e infantil de sua moda, desenvolvendo um produto realmente inovador: o rímel à prova d'água.
Podemos não estar mais vestindo PVC e botas go-go, mas a tendência da moda e do espírito livre continua a dominar as passarelas até os dias de hoje. A influência de Mary Quant continua viva, e sua visão da liberdade feminina ainda parece tão atual quanto em 1955.
Imagem 1
Fonte: Pinterest
(Acessar link)
Imagem 2
Fonte: Revista Elle
(Acessar link)
Imagem 3
Fonte: Estadão
(Acessar link)
Imagem 4
Fonte: Mondo Moda
(Acessar link)
Imagem 5
Fonte: Revista Elle
(Acessar link)
Imagem 6
Fonte: Revista Elle
(Acessar link)
Imagem 7
Fonte: Marcia Travessoni
(Acessar link)
Imagem 8
Fonte: Marcia Travessoni
(Acessar link)
Imagem 9
Fonte: Runway Magazines
(Acessar link)
Imagem 10
Fonte: GZH
(Acessar link)
VER POST NO INSTAGRAM