Quando pensamos em arte contemporânea, não podemos deixar de falar da Art Basel e, principalmente, de sua edição parisiense, que em 2025 assumiu um papel ainda mais emblemático.

Mas afinal: o que é a Art Basel, por que a temporada de Paris importa tanto, e o que realmente esteve em destaque nessa edição? Vem que eu vou te explicar.

O que é a Art Basel?

A Art Basel é a principal e mais influente feira de arte do mundo. Ela nasceu na Suíça, mais especificamente em Basel, e se espalhou para outros lugares do mundo, como Hong Kong, Miami e Paris.

Ela é muito mais do que uma feira de vendas, é um termômetro da arte contemporânea atual, do mercado, das galerias que se destacam, dos artistas emergentes que vão estourar e das tendências que vão estar nos museus na próxima temporada.

Para o público e para os profissionais de arte, é um local de encontro, de festividade, de negócios e de olhares atentos.

Por que Paris?

Porque a cidade é parte da história da vanguarda da arte. Com forte representação em movimentos como o Cubismo e o Surrealismo, Paris sempre foi ponto de encontro de artistas, pensadores e movimentos de arte.

E em 2025, Paris não se limitou apenas a ser o local da feira, mas incorporou a sua personalidade ao ecossistema artístico, cultural e institucional da arte.

Além disso, para quem gosta de moda, lifestyle e arte, a edição trouxe uma integração forte entre galerias, arte emergente, curadorias ousadas, e o happen da cidade como cenário de criação, museus e intervenções urbanas. Ou seja, foi uma verdadeira festa visual, intelectual e inspiracional.

Qual a importância da edição de Paris?

A Art Basel Paris é relativamente jovem, estreando em outubro de 2022, mas já carrega muito peso e influência.

Em 2025, a Art Basel Paris aconteceu em os dia 24 a 26 de outubro, no icônico Grand Palais, em Paris, sob seu teto de vidro renovado. Foram 206 galerias de cerca de 42 países que participaram do evento e um terço dessas galerias estão sediadas em Paris, o que demonstra o um forte contraste entre o local versus o global que a cidade está vivendo.

Principais destaques da edição de 2025

O evento retomou ao Grand Palais, após algumas edições de transição, e tomou todo o espaço para atuar como plataforma de arte internacional.

Entre os setores principais, estão:

• Galeries: as grandes galerias internacionais de arte moderna e contemporânea.
• Emergence: o espaço dos novos nomes, jovens artistas e propostas experimentais.
• Premise: projetos curatoriais que cruzam períodos e disciplinas.

A feira reforçou o papel de Paris no mercado internacional de arte, representando uma fatia significativa das vendas europeias. Além disso, a programação pública transformou Paris em um palco vivo com obras instaladas em praças, performances abertas e colaborações com instituições culturais icônicas.

Galerias imperdíveis para ficar de olho: Air de Paris, Cécile Fakhoury e In Situ – Fabienne Leclerc.

As tendências que marcaram a Art Basel Paris 2025

A edição deste ano mostrou um movimento muito claro: a arte contemporânea está mais humana, política e sensorial do que nunca.

Essas são as cinco tendências mais comentadas:

• Corpo e território Artistas exploraram o corpo como mapa e memória, discutindo identidade, migração e pertencimento. Obras que uniram performance, vídeo e pintura em camadas íntimas e políticas.

• Natureza em mutação A pauta ambiental seguiu em alta, mas com uma nova linguagem, através de instalações imersivas, materiais orgânicos e reflexões sobre tecnologia e ecossistema. A natureza aparece tanto como refúgio quanto como alerta.

• Estéticas do excesso A geração pós-internet abraçou o exagero, com brilho, saturação, ironia e memética. É uma arte que flerta com a moda e o pop, mas com uma crítica embutida, um reflexo do mundo hiperconectado no qual vivemos.

• Minimalismo emocional Em contrapartida, houve um movimento silencioso de obras quase etéreas, que buscavam pausa, introspecção e espiritualidade. Linhas limpas, materiais simples, gestos contidos e uma estética de respiro.

• O retorno ao artesanal Tecidos, cerâmicas, bordados e técnicas manuais reapareceram como resistência ao digital. O toque humano virou luxo, e o feito à mão ganhou status de manifesto.

Essas tendências atravessaram não só as galerias, mas também o design, a moda e o lifestyle. O diálogo entre arte e estética cotidiana nunca foi tão visível.

A Art Basel Paris 2025 não foi apenas mais um evento de arte. Foi um marco que confirma Paris como um epicentro sofisticado e contemporâneo da arte global, ao mesmo tempo que revisita sua própria história de vanguarda.