Em outubro de 2025, São Paulo virou, mais uma vez, palco da moda nacional. A edição N60 do São Paulo Fashion Week celebrou 30 anos de história, com desfiles que aconteceram entre os dias 13 e 20 de outubro, em locais simbólicos da capital, como o Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pacubra), o Parque Ibirapuera e o Teatro Iguatemi.

Esse foi mais do que um calendário de tendências, foi um momento de referência para a moda brasileira, reafirmando seu papel como plataforma de inovação, cultura, identidade e atitude.

Importância do evento para a moda nacional

Este SPFW N60 entrou para a história justamente por marcar os 30 anos do evento mais importante da moda brasileira, e praticamente do hemisfério sul. A edição reuniu 38 desfiles, que apostaram em pluralidade, sustentabilidade, identidade, saberes regionais e uma nova geração de criadores.

O evento reforçou que a moda nacional não é apenas consumo, é expressão, mercado e presença no mundo. Também vale destacar que o evento funciona como uma vitrine da forma com que o Brasil pensa tendências, cadeia produtiva, visibilidade global, muito além de roupas bonitas.

Principais acontecimentos

• A abertura da programação aconteceu no dia 13 de outubro, com apresentações de João Pimenta, Gloria Coelho e Ronaldo Fraga.
• Tivemos a presença de estreias e retornos relevantes, como a nova marca Uó, assinada por Marcelo Sommer, e a grife Chapéus Davi Ramos com sua primeira coleção de roupas.
• Retornos esperados: os estilistas Amir Slama, Flávia Aranha e Ronaldo Fraga ganharam destaque em seus reencontros com a passarela.
• Momentos de destaque com narrativas fortes, como o desfile do projeto Sou de Algodão, que trouxe sustentabilidade, rastreabilidade e consciência para o centro das atenções.

As cinco tendências mais marcantes do evento

1- Artesanato, regionalidade e riqueza dos saberes manuais

Peças bordadas, patchworks e materiais têxteis com alma brasileira apareceram com força no evento, como no desfile da Foz que se inspirou em um vilarejo fictício, utilizando retalhos, pipas e bordados que remetem a paisagens e histórias locais.

2- Sustentabilidade e rastreabilidade da cadeia

Grifes e projetos (como o Sou de Algodão) trouxeram à passarela o discurso do algodão brasileiro, da produção consciente e da origem e visibilidade da cadeia têxtil.

3- Alfaiataria reinventada e silhuetas modernas

Mesmo com forte apelo artesanal, vimos alfaiataria com outras camadas, cortes limpos, blazers oversized, proporções revisadas e minimalismo com atitude.

4- Mix entre streetwear e luxo

É notável que marcas estão buscando misturar o universo urbano com materiais nobres, recortes refinados e acabamentos de passarela. Essa mistura apareceu bastante também no street style.

5- Estética “look & feel” digital

Embora nem sempre explicitado como tendência, o que se viu foi uma moda muito conectada com as redes sociais e o ambiente digital, com o mindset da instanteidade, através de tecidos que brilham, texturas que aparecem nas fotos, recortes que marcam a silhueta, ou seja, peças que funcionam para passarela e para feed.

Um pouco sobre o Street Style

Se os desfiles mostraram o que o mundo da moda dita para as próximas estações, o que se veste fora das passarelas é o que se multiplica nas redes, revelando como o público traduz essas tendências em estilo pessoal.

• Mistura entre elegância e atitude cotidiana, como alfaiataria combinada com peças mais street.

• Brasilidade através de materiais e estampas.

• Instagram-ready: peças com textura, brilho e recortes, que se destacam em fotos.

• Identidade individual como protagonista: misturas entre o que está na moda e achados de brechó, acessórios diferentes e com personalidade.

A SPFW N60 reforçou que moda autoral, consciente e conectada à vida real funciona e é sim aspiracional.